IX CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUITETOS REUNE
SEIS MIL PESSOAS
1970. O país vive
sob o véu da repressão.
Ame-o ou deixe-o.
A América Latina
está nas casernas.
Miguel Alves Pereira é reeleito e durante os cinco anos
de sua gestão à frente do IAB surgem os diversos sindicatos
de arquitetos, devendo-se à ele a criação da
ABEA - Associação Brasileira de Escolas de Arquitetura,
dentre outras realizações. Contudo, o corolário
de todo o seu trabalho ocorreu em fins de 1976,
no IX Congresso Brasileiro de Arquitetos, em São Paulo, quando
uma massa de cerca de seis mil arquitetos surpreendeu à todos,
numa explosão contra a ditadura, os atos de exceção,
como que reeditando o movimento de 1943, com outras dimensões.
O IAB havia estado por um largo período voltado para si
mesmo em busca de sobrevivência nacional, do repensar a formação
e prática profissionais. Agora voltada exuberante, forte,
numa ação que transcendeu os limites da entidade e
da categoria e atingiu as ruas.
Em 1977 a Diretoria Nacional do Instituto vai
para Porto Alegre sob a presidência de Demétrio Ribeiro,
cuja plataforma enfatizava uma atuação mais política
da entidade. É o IAB propondo-se a exercer um papel de esclarecimento,
apoio e orientação. Buscando conquistar posição
de liderança cultural nos assuntos que lhe são pertinentes,
preservando absoluta independência, tentando uma ação
conjunta com a comunidade e outras organizações profissionais
e culturais.
Debatendo temas em busca de respostas satisfatórias à
degradação da vida urbana, da herança cultural
do povo, da devastação do ambiente natural e da contaminação.
A maturidade conquistada na década de 70 vai se refletir
na s eleições de janeiro de 1980.
A partir de um amplo e democrático debate, o Conselho Superior
constroe sua plataforma a partir da contribuição dos
departamentos do nordeste e elege Fernando Burmeister seu novo presidente,
transferindo para o Rio de Janeiro a sede da Direção
Nacional. |