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14ª BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DE SÃO PAULO

A próxima Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIAsp), agora em sua 14ª edição, tem como objetivo colocar em debate o enfrentamento da crise climática nas cidades e contribuir com o debate público sobre o tema em preparação para a COP-30, a ser realizada em Belém (PA).

Abordará sua temática em exposições de projetos, construções experimentais, debates, laboratórios, oficinas, concursos e mostras de cinema. Haverá destaque para programas que demonstram compromissos com as metas de redução de carbono para 2030 e de carbono zero para 2050.

Temática

De acordo com o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (AR6 IPCC, 2023), o atual modelo de urbanização desempenha um papel central no agravamento das mudanças climáticas. O setor de edificações responde por 21% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), o de transporte por 23%, e o planejamento urbano tem potencial para reduzir o uso de energia em transporte em 26% até 2050.

• Entre 2011 e 2020, impactos generalizados nos ecossistemas, pessoas, assentamentos e infraestruturas resultam de aumentos na frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, incluindo extremos de calor em terra e no oceano, eventos de precipitação intensa, secas e incêndios. Nas zonas urbanas, as alterações climáticas causaram impactos negativos na saúde humana, nos meios de subsistência e nas principais infraestruturas, com maior intensidade entre os habitantes social e economicamente marginalizados, o que caracteriza a injustiça climática.

• O atual modelo dominante de urbanização é altamente dependente de combustíveis fósseis, consumo intensivo de energia e recursos naturais. Transformar as cidades para a mitigação e adaptação às alterações climáticas exige o envolvimento de múltiplas escalas de governança, incluindo governos e atores não estatais.

• Os setores de transportes e edificações são centrais para a mitigação das mudanças climáticas devido a sua participação nas emissões de CO². As edificações respondem por 21% das emissões, e desse percentual, 18% provêm da produção de cimento e aço. O transporte, por sua vez, está relacionado a 23% das emissões, das quais 70% são geradas por veículos rodoviários.

• O planejamento urbano pode reduzir o uso de energia em transporte entre 23% e 26% até 2050 se diminuir a necessidade de deslocamentos em massa ao aproximar as ofertas de habitação às de trabalho.

• Design integrado para a construção e retrofit de edifícios levaram a exemplos crescentes de edifícios com zero emissões líquidas de energia ou zero carbono em diversas regiões do mundo, indicando importante contribuição para alcançar a meta de carbono neutro (zero emissões líquidas de GEE) em 2050.

• As infraestruturas urbanas verdes e azuis podem mitigar as alterações climáticas através da captura de carbono, das emissões evitadas e da redução do uso de energia. As florestas urbanas, as árvores nas ruas, as superfícies permeáveis e os telhados verdes oferecem potencial para mitigar as alterações climáticas diretamente através do armazenamento de carbono e da indução ao esfriamento, que auxilia no combate às ilhas urbanas de calor.

Diante desse cenário, é urgente que a arquitetura, o urbanismo e o paisagismo desenvolvam estratégias de adaptação para reduzir os impactos da mudança climática e para mitigar a emissão de GEE visando reverter o aquecimento global.

Eixos Temáticos

Para tratar desses temas, a 14ª BIAsp estabelece três eixos que se entrelaçam em diversas atividades:
Revisão histórico-crítica das formas de construir, com o reconhecimento de práticas que sugerem caminhos alternativos ao modelo de desenvolvimento que nos levou às atuais condições de emergência climática;
Reunião de práticas atuais que contribuam para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, reconhecendo a contribuição da diversidade cultural, social, racial e territorial na reconfiguração do conhecimento em arquitetura, urbanismo e paisagismo;
Laboratório de pesquisa e inovação envolvendo universidades, coletivos ativistas e organizações governamentais e não-governamentais para o desenvolvimento de novas técnicas e métodos de projeto, planejamento e gestão capazes de enfrentar a crise climática.