BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DE SÃO PAULO: EDIÇÕES ANTERIORES
“As primeiras são as Bienais dedicadas às Artes Plásticas, aí incluídas as manifestações de Arquitetura, Cinema e Teatro; organizadas pelo MAM – SP. A primeira Bienal de 1951 foi realizada no Trianon na Avenida Paulista e a partir da 2º Bienal em 1953 foram realizadas no Parque Ibirapuera.
Arquitetura nestas Bienais se fez pelas exposições de projetos de arquitetos e estudantes provenientes da Europa, Ásia, África e América; pela colaboração do IAB ao MAM – SP na seleção de projetos, composição dos juris e atribuição dos prêmios; pela a representação de salas especiais dos mestres – Corbusier, Mies, Gropius, Gaudi e Costa, Niemeyer, Artigas e Bernardes; pela criação do concurso internacional para as escolas de arquitetura.
Avalia-se o interesse e repercussão destas Bienais, pela presença entre nós de Gropius, Mies, Breuer, Johnson e Tange; por numerosos pedidos de empréstimo das exposições por parte de inúmeros países e pela publicação de artigos assinados por Gropius, Sert, Roger, Zevi, Gideon, Artigas, Corona e críticas como Ferraz e Motta.
encerra-se a expressiva participação de arquitetura nestas séries de bienais com a última significativa premiação de projetos na 10ª Bienal em 1969 e com a realização do último concurso para as escolas na 11º Bienal em 1971.
A segunda série de Bienais, dedicadas exclusivamente à arquitetura tem início com a realização em 1973 na 1ª Bienal Internacional de Arquitetura, prosseguindo em 1984 com a realização da exposição “tradição e ruptura” e a presente Bienal, comemorando 20 anos da realização da primeira.”
Texto: Maria Helena de Moraes Barros Flynn
Clique aqui e confira a retrospectiva das Bienais de Arquitetura de 1951-1989
Bienal Internacional de Ade São Paulo
A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo é o projeto mais significativo que o IABsp realiza. desde sua primeira edição em 1973, as bienais buscaram rever, discutir, explorar e tornar acessível a diversos públicos questões sobre a ocupação do território e nossa sociedade. sendo uma importante manifestação cultural, social e política, a arquitetura brasileira encontra nas bienais sua principal instância de debate, essencial para o desenvolvimento crítico. tendo a disciplina como retrato dessa sociedade em termos físicos e territoriais, a bienal deve ser então o meta-retrato por meio do qual observamos e interpretamos a realidade e desafios cotidianos.
*Agradecemos à Fundação Bienal que gentilmente cedeu os arquivos digitalizados dos catálogos das 1ª, 2ª, 5ª, 6ª e 7ª Bienais Internacionais de Arquitetura de São Paulo, realizadas em conjunto entre IABsp e Fundação Bienal. Solicitamos que para utilização destes documentos deverão ser consultadas as normas da estabelecidas pela Fundação Bienal (http://www.bienal.org.br/arquivo).
*Agradecimentos à Editora Monolito pela disponibilização de parte do catálogo.
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1973 – 1a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: O Ambiente que o Homem Organiza Conselho Diretor: Oswaldo Correa Gonçalves, Mário Torguato Pinheiro e Eduardo Kneese de Mello. 1ª Bienal de Arquitetura, realizada em 1973, contou com o convênio do antigo BNH e a colaboração da Unesco e da União Internacional dos Arquitetos, além de outras instituições nacionais. foi, segundo a crítica, um marco na “reunião dos resultados dos esforços desenvolvidos em todo o mundo para um melhor aproveitamento do meio ambiente, nas cidades e no campo”. contou com a participação de 22 países, tendo como homenageados em salas especiais os arquitetos Lúcio Costa e Vilanova Artigas, o paisagista roberto Burle Marx e o calculista Joaquim Cardozo, além de homenagem póstuma a Flávio de Carvalho. Cartaz | jpg |
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1993 – 2a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Ambiente e Meio Ambiente Presidente da Fundação Bienal: Edemar Cid Ferreira. 20 anos depois da primeira edição realiza-se a 2ª Bienal Internacional de Arquitetura, com o tema “Arquitetura, Cidade e Natureza”. Tendo como principal homenageado o arquiteto Oscar Niemeyer, a 2ª Bienal obteve uma visibilidade na mídia impressa e televisiva de proporções impressionantes. Foi destaque em periódicos de boa parte do mundo. além disso, configurou-se como um espaço de debates e de apresentação de propostas de obras que, hoje, fazem parte da paisagem das grandes cidades. |
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1997 – 3a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Temas: Presidente da Fundação Bienal: Julio Landmann. A 3ª Bienal Internacional de Arquitetura, realizada em novembro de 1997, retoma o debate da desumanização das grandes cidades e apresenta, em 35 salas especiais, trabalhos dos mais importantes arquitetos, trabalhos dos mais importantes arquitetos brasileiros e estrangeiros, como Vilanova Artigas, Rino Levi, Barry Parker e Rietveld, entre outros. Com grande afluxo de público, recoloca a questão de vida nas cidades, tendo ampliado esse debate ao apresentar, pela primeira vez, o contraponto entre as visões do futuro e as soluções urbanas do século VIX e início do século XX. Em seus 17 dias de abertura a público, recebeu cerca de 54.000 visitantes, teve ampla repercussão na imprensa nacional e internacional, sendo elogiada pela crítica especializada e pela imprensa. |
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1999 – 4a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Arquitetura e Cidadania Visitantes: 150.000 A 4ª Bienal Internacional de Arquitetura contou com amplo leque de atividades complementares às diversas mostras programadas, tais como fórum de debates e palestras, ciclo de cinema, lançamentos de livros, concertos de música relacionada à arquitetura, cursos de atualização e seminários especializados. Ultrapassando o âmbito de um encontro de profissionais da arquitetura, do urbanismo e do desenho industrial, de fornecedores de serviços e técnicas construtivas, de empreendedores imobiliários e administradores públicos, destinou-se, fundamentalmente, ao cidadão preocupado com a melhoria da qualidade de vida, com o futuro de nossas cidades e com a beleza dos espaços construídos. Recebeu um público de mais de 150.000 pessoas, contando com a experiência acumulada pelas instituições promotoras, teve repercussão significativamente maior que os eventos anteriores. |
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2003 – 5a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Metrópole Presidente da Fundação Bienal: Manoel Francisco Pires da Costa. O século XX foi palco de grandes e rápidas transformações. seu início foi marcado por rupturas, por revoluções políticas, sociais, culturais, artísticas e, particularmente, por propostas no campo da arquitetura de cunho profundamente democrático e transformador. Centro desses acontecimentos, a cidade passou a exigir dos arquitetos modernos uma tomada de posição e a adoção de novos princípios, num desafio sem precedentes na história da prática arquitetônica. o resultado foi a construção de um ideário em que a arquitetura, e também o design, como linguagens inovadoras, tornaram-se instrumentos de transformação numa síntese da qualidade e da quantidade. para isto, foi necessário apoiarem-se nos avanços científicos disponíveis e, ao mesmo tempo, colaborar criativamente para o aperfeiçoamento técnico e o desenvolvimento social de vários aspectos da estrutura urbana. Cartaz | jpg |
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2005 – 6a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Viver na Cidade – Realidade – Arquitetura – Utopia Presidente da Fundação Bienal: Manoel Francisco Pires da Costa. O século XX foi marcado por profundas transformações políticas, culturais, econômicas, artísticas e, consequentemente, arquitetônicas. Palco desses acontecimentos, as cidades cresceram sob o signo de diversificados conflitos que se refletiram dramaticamente na produção da arquitetura. essas transformações nos acenaram com muitas promessas otimistas, principalmente na área tecnológica, o que nos deu a expectativa de um salto de qualidade no bem-estar da humanidade. isso, porém, veio acompanhado de desastres avassaladores, resultando num quadro amedrontador, que agora nos é apresentado: meio ambiente em permanente deterioração; a globalização acelerada, principalmente das atividades econômicas, provocando a exclusão e a mobilidade de um contingente enorme de pessoas; a escassez de água potável, causada pela poluição dos rios e pelo desmatamento descontrolado; o crescimento acelerado e desordenado das metrópoles; o aquecimento global; a segurança das grandes cidades; etc. este quadro coloca para o arquiteto um desafio sem precedentes na prática arquitetônica. Cartaz | jpg |
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2007 – 7a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo Tema: O Público e o Privado Local: Pavilhão das Bienais – Parque Ibirapuera Data: 11 de novembro a 16 de dezembro Visitantes: 180.000Presidente da Fundação Bienal: Manoel Francisco Pires da Costa. Presidente do IAB – Direção Nacional: Gilberto Belleza. Presidente do IAB – São Paulo: Arnaldo Martino. Curadoria: Arnaldo Martino, Gilberto Belleza e José Magalhães Jr. A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, desde a sua criação, originada da união entre o MAM e depois a fundação bienal como sua promotora, e do Instituto de Arquitetos do Brasil como seu organizador, e então sob os comandos respectivos de Francisco Matarazzo sobrinho e Oswaldo Corrêa Gonçalves, vem firmando-se como uma das exposições de arquitetura de relevante prestígio no cenário mundial.Trata-se de momento ímpar, quando a mais importante produção de ideias sobre a arquitetura do habitat é apresentada e debatida.com a participação de quase oito centenas de arquitetos que desejaram e apresentaram seus trabalhos à consideração crítica dos demais arquitetos e do público, como uma generosa contribuição a esse permanente debate. a 7ª BIA teve importantes convidados e dois especialíssimos homenageados, arquitetos Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha.Cartaz | jpg Catálogo | pdf Programação/Plantas | pdf |
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2009 – 8a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo Tema: Ecos Urbanos Local: Pavilhão das Bienais – Parque Ibirapuera Data: 31 de outubro a 06 de dezembro Visitantes: 120.000Presidente da Fundação Bienal: Heitor Martins. Presidente do IAB – Direção Nacional: João Virmond Suplicy Neto. Presidente do IAB – São Paulo: Joaquim Guedes (in memoriam). Presidência Executiva: Rosana Ferrari. Curador Cultural: Bruno Roberto Padovano. Curadoria Executiva: Demetre Anastassakis, Liane Makowski Almeida e Rafael Schimidt. A 8ª BIA discutiu a qualificação de áreas degradadas em centros urbanos a partir de megaeventos e usará a copa de 2014 como pano de fundo. Ecos, a sigla de espacialidade, conectividade, originalidade e sustentabilidade – definem os quatro eixos que norteiam o conceito, tendo como presidente de honra da Bienal, Oscar Niemeyer.Contou também uma exposição de projetos de estudantes de arquitetura com o tema quiosques sustentáveis para parques; exposições internacionais de países como Alemanha, estados unidos, França, Holanda, Hong Kong, Itália e Portugal e também apresentou projetos culturais de secretaria de cultura do estado de São Paulo, uma mostra da Pirelli em comemoração aos 80 anos da marca no brasil e um projeto educativo para crianças e adolescentes em parceria com o Instituto Tomie Ohtake. |
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2011 – 9a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Arquitetura para Todos Presidente do IAB – Direção Nacional: Gilson Paranhos. Agora sob o tema arquitetura para todos: construindo cidadania, o que se propôs foi a realização de uma bienal com ênfase em seu aspecto didático, diretamente voltada para o grande público não especializado e formador de opinião. Nesta edição foi prioritário mostrar ao cidadão que ele vive, convive, cria, procria, estuda, trabalha, produz, mora, passeia, torce, vibra, se emociona num ambiente onde arquitetura e urbanismo é presença constante. não como palco inanimado da vida em sociedade, mas como um dos agentes definidores de sua qualidade. Do local de trabalho ao espaço da moradia, da avenida congestionada à praça de lazer, da escola ao ponto de encontro com a namorada, do hospital à estação do transporte de alta capacidade, o que teremos é a explicitação da indissociabilidade existente entre arquitetura e urbanismo e o cotidiano da sociedade, através de uma série de eventos que deverão tomar a própria cidade como plataforma expositiva dinâmica e educativa. |
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2013 – 10a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Cidade – Modo de Fazer – Modo de Usar. Presidente do IAB – Direção Nacional: Sergio Magalhães. Expondo e discutindo as diferentes maneiras de usar/fazer a cidade, a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo trouxe à tona temas como mobilidade, densidade, qualificação do espaço público e infraestrutura urbana. com esses eixos, a exposição se organiza e propõe uma reflexão aos cidadãos, disponibilizando instrumentos de análise para que cada um possa pensar como usar e, portanto, fazer uma cidade melhor. na visita à rede de exposições espalhada pela cidade, o público tem a experiência viva de uma cidade estruturada no transporte coletivo. |
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2017 – 11a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo Tema: Em Projeto Locais: Biblioteca Mário de Andrade, SESC Parque Dom Pedro II, Praça das Artes, Vila Itororó Canteiro Aberto, Casa do Povo e Ocupação 9 de julho Data: 08 de outubro de 2017 a 28 de janeiro de 2018 Visitantes: 107.880Presidente do IAB – Direção Nacional: Nivaldo Andrade. Presidente do IAB – São Paulo: Fernando Túlio Salva Rocha Franco. Direção de Conteúdo (Curadoria): Marcos L. Rosa. Assistência de Direção de Conteúdo: André Goldman, Bruna Montuori e Maíra Fernandes. Intitulada “Em Projeto”, esta Bienal propôs discutir seu lugar na cidade, por meio de um evento colaborativo, em construção, em processo. por meio de pesquisa, arquivo e ação, materializou-se como observatório, exposição e programação contínua. Seu “observatório”, um grande arquivo resultante de pesquisa e chamadas abertas, foi materializado em formatos expositivos distintos, apresentando modos de representar, mapear, qualificar, edificar, editar, usar, colaborar e ocupar a cidade. |
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2019 – 12a. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Tema: Todo Dia Presidente do IAB – Direção Nacional: Nivaldo Andrade. Todo Dia, a proposta curatorial selecionada para a 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, primeira edição em que essa escolha foi feita por meio de concurso público, busca refletir sobre o protagonismo do cotidiano na arquitetura e no urbanismo do século 21. Não há como tratar o cotidiano de forma universal, genérica. suas possibilidades infinitas, com formas diversas, pedem que nossa reflexão e prática sobre o ambiente construído se voltem às urgências da vida urbana, priorizando situações de maior vulnerabilidade. olhar que contesta as práticas de planejamento e projeto abstratas, distantes dos aspectos triviais da vida nas cidades, colocando as pessoas em primeiro plano. Propôs aos profissionais e ao público a refletir sobre o cotidiano – a dimensão mais trivial da realidade – na arquitetura e no ambiente construído do século 21. Todo Dia apresentou práticas e projetos que vão da construção ao design, planejamento, fotografia, pedagogia, pesquisa, políticas públicas e ativismo, transpassando disciplinas, escalas e fronteiras. Cartaz | jpg |