PARA ONDE VAMOS
Por uma agenda de mobilidade na periferia de SP
A cidade de São Paulo é marcada por desigualdades sociais que se revelam também na forma como seus habitantes se deslocam por ela. Quanto menor a renda, maior o gasto proporcional com o transporte, maior o tempo de deslocamento, piores as condições de mobilidade e menor o acesso aos serviços urbanos. Por isso, é fundamental ouvir as reivindicações das comunidades para que se inicie um processo de debate público a fim de implementar políticas de mobilidade e transporte que melhorem a qualidade de vida das pessoas.
Pensando nisso, o Instituto de Arquitetos do Brasil-São Paulo (IABsp), o Instituto Aromeiazero e a 99, realizaram ações de comunicação em cinco regiões de São Paulo para fomentar o debate sobre mobilidade urbana e entender as necessidades dos moradores locais. As regiões escolhidas foram: Parque Novo Mundo (ZN), Jardim Pantanal (ZL), Parque Pinheirinho D’Água – Jaguaré (ZN), Jardim Gaivotas-Península do Cocaia (Grajaú – ZS) e Cidade Tiradentes (ZL).
Foram realizadas oficinas nas comunidades para elaborar um diagnóstico e consolidar as reivindicações dos moradores locais. Algumas oficinas foram presenciais, com a presença apenas de lideranças locais e moradores, e outras foram virtuais, devido às restrições impostas pela pandemia do Covid-19. Além disso, cada região recebeu intervenções pontuais físicas, com o objetivo de provocar transformações, qualificar o território e atrair o interesse das comunidades sobre a mobilidade local e chamar a atenção do poder público.
O material produzido nas oficinas, com as principais reivindicações da população local, as propostas elaboradas pela equipe técnica em parceria com a comunidade e o registro das intervenções locais foi consolidado em um caderno de diretrizes com a Agenda de Mobilidade de cada território, e entregue ao prefeito de São Paulo, secretários da gestão municipal, subprefeitos de cada território e parlamentares.
Clique aqui para acessar o documento completo e aqui para conhecer a equipe de trabalho.
A seguir, as diferentes partes que compõe o material produzido.
Agenda comum entre os territórios periféricos
A equipe técnica do projeto se debruçou previamente sobre cada território, a fim de delimitar os perímetros de análise e coletar os dados para realização de um pré-diagnóstico, que foi apresentado nas oficinas com as comunidades, como instrumento para orientar o processo participativo e identificar questões para aprofundamento do debate. Esse material serviu de base para as discussões sobre os diferentes temas que se relacionam aos modos de deslocamento dos moradores e trabalhadores dos territórios.
Sabemos que as regiões analisadas apresentam dinâmicas distintas umas das outras, em relação aos seus processos de urbanização, aos dados demográficos, condições socioeconômicas, uso do solo, densidade e composição de renda, etc.. Mas a localização periférica e sua inserção territorial no município de São Paulo permite, contudo, identificar fatores comuns, com origens e também soluções semelhantes, sobretudo no que se refere à mobilidade urbana.
Apresentamos aqui as questões comuns que atingem os cinco territórios periféricos analisados, e as respectivas possibilidades de soluções.
Conheça a Agenda de Mobilidade de cada um dos territórios:
Parque Novo Mundo Clique aqui para acessar o material |
Jardim Pantanal Clique aqui para acessar o material |
Gaivotas – Península do Cocaia Clique aqui para acessar o material |
Parque Pinheirinho D’Água – Jaguaré Clique aqui para acessar o material |
Cidade Tiradentes Clique aqui para acessar o material |
Intervenções Realizadas
No intuito de construir propostas coletivas e experiências diversas, as intervenções urbanas em mobilidade foram elaboradas a partir das discussões e apontamentos feitos pelos participantes das oficinas de cada região.
Cada território, ao explorar suas demandas e problemas de mobilidade durante as atividades, compartilhou também propostas de soluções e prioridades, além de ampliar perspectivas sobre as formas de lidar com cada questão.
Todas as intervenções foram realizadas conjuntamente entre moradores, coletivos de artes, instituições comunitárias e articuladores locais, sempre respeitando as normas de segurança indicadas pela Prefeitura de São Paulo no combate à pandemia do coronavírus.
Clique aqui para conhecer as intervenções de cada território.
Foto: Maitê Lopes. IABsp |
Proposta de Política Pública Transversal em mobilidade para a cidade de São Paulo
O presente projeto tem o intuito de fomentar a discussão sobre mobilidade de forma transversal, considerando sua relevância na construção de cidades com planejamento viário inclusivo e participação cidadã.
Seu ponto de partida é a rede pública municipal de ensino da cidade de São Paulo, pelo seu potencial multiplicador e agregador. A proposta é incentivar o uso da bicicleta como instrumento de diálogo, uma ferramenta de desenvolvimento integral para crianças e de fomento ao seu uso em todas as faixas etárias da comunidade escolar, por meio de atividades dentro e fora da escola, objetivando uma melhor mobilidade e o alcance do direito à cidade.
Tendo como objetivo o deslocamento para as escolas de forma mais ativa, saudável e conectada com o território, o projeto também pretende colaborar para que as crianças cresçam com mais coordenação, mais confiantes, conscientes, ocupando os espaços públicos e interagindo sustentavelmente com o planeta.
Conheça aqui a proposta.
Fonte: Acervo Instituto Aromeiazero |
Equipe IABsp
Coordenação: Simone Gatti
Produção: Karina de Souza
Consultoras de Mobilidade: Kelly Fernandes, Letícia Lemos, Letícia Sabino e Viviane Tiezzi.
Mapas: Carolina Passos
Design: Oyá Design
Fotografia: Maitê Lopes
Viabilização e revisão: Hannah Arcuschin Machado, Fernando Túlio Rocha Franco e Tamires Oliveira
Equipe Aromeiazero
Gerente de projeto: Cadu Ronca
Comunicação: Murilo Casagrande
Coordenação: Renata Cirilo
Coletivos artísticos: FT Colors, Arte e Cultura na Kebrada, Coletivo Imargem e OMT Crew.
Parcerias:
Associação dos Moradores Sem Teto da Região Oeste e Noroeste, Instituto Alana, Coletivo Januária na Janela, SampaPé, EMEI Professora Edalzir e EMEF General Paulo Carneiro Thomaz Alves. Arte gráfica dos cartazes: Sirley Alencar e Ruan Lima.